.
ligar o silêncio
apagar luzes
respirar
saudar a natureza
e aos poucos
chegar
.
ligar o silêncio
apagar luzes
respirar
saudar a natureza
e aos poucos
chegar
.
vou pro mato
despir fantasias
.
a maré sobe
trazendo o barco
que saiu antes do amanhecer
.
a mulher fecha a janela
o homem chega
.
nas mãos o jantar e a rede
no corpo maresia
e entardecer
me ancoro nesta janela
até um novo sonho acenar
não há constância
nesse mar de vagas ondas
de viagem em viagem
cheguei perto de chegar
então ganhei outras distâncias
siga sábado domingo segunda
pés descalços campo aberto
aproveite a conjunção dos astros
relembre a canção mais antiga
vá até o porto siga pistas
mas não dobre a esquerda
nem aposte tudo
em qualquer disputa
guarde força e vida
para depois
a linha que se estende
de mim até o horizonte
se afasta do dia-a-dia
me leva a outras paragens
o fio que me liga ao passado
se esgarça enquanto outro se fia
o que fomos ou sonhamos ser
se esvanece transmuta realiza
e diante do que foi pleno ou vazio
me deparo com o novo o antigo
alegria calor frio
e novas geometrias
você liga
diz não há mais a fazer
ainda assim
selo meu cavalo
visto a armadura
e aguardo