de mãos atadas

você desce as escadas, eu conto os degraus

em algum momento visitamos teus/meus porões

queria te encontrar no caminho e perguntar

se são movediços os teus medos

se no fim dos degraus é o precipício

queria conversar sobre abismos

mas não nos vemos

o que não surpreende

há tanto já não damos as mãos

mesmo nos velhos retratos, repare

parecíamos felizes, mas era só fotografia

mesmo sorrindo cada um olhava

para um horizonte diferente

opostos campos e armadilhas

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