Amores Vagos

Não saber onde está

No meio da noite

Só a noite

O risco do poema

No asfalto molhado

Nenhuma pista

A madrugada avança

Há telas contra mosquitos

Veias que pulsam motivos

Idéias vagas, vazios

Esquinas e avenidas

Não saber por onde ir

De onde puxar o fio

Se não há endereços exatos

Ou amores oficiais

Só vagos

Fim de tarde

O sol se despede

envolvendo o horizonte

num espetáculo de cores

até o instante

em que se despe da luz

e repousa

nos braços da escuridão