. . .

Nem tanto nem tão pouco

O que quero dizer com isso ?

Não faço a menor idéia

Vou cerzindo um tecido turvo

Desfalcado de partes e de sentido

Me pergunto várias vezes

O que vim buscar aqui.

Não respondo

Mesmo que quisesse

Ou que pudesse, não o faria

O funcionamento desordenado de tudo

Acalma meu próprio caos

Minha atenção dispersa

Confunde-se com a multidão.

Me encanto e desespero com a impossibilidade

Não consigo entender

Não posso julgar

Não ouso respostas

Sem compromisso ou propósito

Colho imagens singulares.

A máquina fotográfica se interpõe

Me aproxima do real e me protege

Entre zooms e distanciamentos

Ela captura o que extrapola meu entendimento

E no quarto escuro da minha noite/perplexidade

Nada se revela.

Deixe um comentário