Nem tanto nem tão pouco
O que quero dizer com isso ?
Não faço a menor idéia
Vou cerzindo um tecido turvo
Desfalcado de partes e de sentido
Me pergunto várias vezes
O que vim buscar aqui.
Não respondo
Mesmo que quisesse
Ou que pudesse, não o faria
O funcionamento desordenado de tudo
Acalma meu próprio caos
Minha atenção dispersa
Confunde-se com a multidão.
Me encanto e desespero com a impossibilidade
Não consigo entender
Não posso julgar
Não ouso respostas
Sem compromisso ou propósito
Colho imagens singulares.
A máquina fotográfica se interpõe
Me aproxima do real e me protege
Entre zooms e distanciamentos
Ela captura o que extrapola meu entendimento
E no quarto escuro da minha noite/perplexidade
Nada se revela.