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tomo um ônibus

transito pela cidade lenta

corpos suados pressa

paisagem sem foco

buzinas pensamentos

um rádio uma parada brusca

trechos de conversas roubadas

se misturam numa história insensata

relógio sem ponteiros

horas que dão em anos em nada

salto no ponto errado

talvez certo se tudo fosse diferente

caminho contando os passos

o cansaço é palpável

eu o carrego nas costas

e debaixo do braço

sento na praça

deveria seguir mas não posso

minhas pernas de cimento

travam duelos com as asas

e esse coração vertigem

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