sem palavras

Eu poderia requentar palavras doces

Ou dizer coisas que arranham

Apenas para me fazer presente

.

Mas pensando bem

Não há razão

As palavras são afiadas

E ficam perfurando depois

.

Escolho não mexer

No lado do peito onde guardei

Uma caixa oblíqua de memórias

.

Por isso apenas sorrio

Conto até cem e saio

Como quem entrou por engano

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