No dia em que o marido partiu
Ela levou o cão ao veterinário
Acreditando que de tão apegado
Adoeceria
O veterinário o examinou
Receitou vermífugo e vitaminas
– Não seria prudente um tranquilizante? –
Ela disse, quase implorando
– por conta da ausência, o senhor entende?
Ele, pouco dado a sentimentalismos, disse apenas
Que não tratava de humanos
.
Ela voltou para casa
Chamou-o pelo nome do marido
E deixou, pela primeira vez,
Que dormisse no quarto bem junto a sua cama
Logo ela, que sempre impôs distâncias