fiz um livro chamado fronteiras, levei-o comigo a muitos lugares
na tentativa de delimitar, ou melhor, deslimitar meu mundo
deixei-o entre espanha e portugal no exato ponto em que me disseram
aqui é um, ali é outro país, embora não tenha notado qualquer diferença
outro está perdido entre mato grosso e bolívia
onde pode parecer que é só um fim de mundo e não dois
em outras fronteiras neste mesmo Brasil ou longe dele,
e, os que não deixei, queria ter deixado (e por isso lá estão)
e continuo espalhando-os por aí
e dentro de mim, indefinidamente.