a brisa esbarra na tela contra mosquitos e se afasta
adentro a noite quente e sem insetos
medito para ganhar tempo
recordo o céu colado no teto
invejo a brisa que pode te tocar
ou será que seu corpo tem tela
fecha a janela e liga o ar condicionado?
as paredes suam o velho assoalho reclama
respiro fundo como aprendi num certo treinamento
pra evitar cansaço calor medo
o medo é uma substância à deriva
vem e vai sem aviso ou motivo
em breve o amanhecer avisará que é hora
e tudo será mais distante daquele ponto
para isso me apronto
pinto de azul o fundo dos meus olhos
e tento explicar o infinito